Salmo 38 - A oração de um penitente sofredor

Salmo 38 Completo

A oração de um penitente sofredor

¹ Ó Senhor, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor.
² Porque as tuas flechas se cravaram em mim, e a tua mão sobre mim desceu.
³ Não há coisa sã na minha carne, por causa da tua cólera; nem há paz em meus ossos, por causa do meu pecado.
⁴ Pois já as minhas iniqüidades ultrapassam a minha cabeça; como carga pesada são demais para as minhas forças.
⁵ As minhas chagas cheiram mal e estão corruptas, por causa da minha loucura.
⁶ Estou encurvado, estou muito abatido, ando lamentando todo o dia.
⁷ Porque as minhas ilhargas estão cheias de ardor, e não há coisa sã na minha carne.
⁸ Estou fraco e mui quebrantado; tenho rugido pela inquietação do meu coração.
⁹ Senhor, diante de ti está todo o meu desejo, e o meu gemido não te é oculto.
¹⁰ O meu coração dá voltas, a minha força me falta; quanto à luz dos meus olhos, ela me deixou.
¹¹ Os meus amigos e os meus companheiros estão ao longe da minha chaga; e os meus parentes se põem à distância.
¹² Também os que buscam a minha vida me armam laços e os que procuram o meu mal falam coisas que danificam, e imaginam astúcias todo o dia.
¹³ Mas eu, como surdo, não ouvia, e era como mudo, que não abre a boca.
¹⁴ Assim eu sou como homem que não ouve, e em cuja boca não há reprovação.
¹⁵ Porque em ti, Senhor, espero; tu, Senhor meu Deus, me ouvirás.
¹⁶ Porque dizia eu: Ouve-me, para que não se alegrem de mim. Quando escorrega o meu pé, eles se engrandecem contra mim.
¹⁷ Porque estou prestes a coxear; a minha dor está constantemente perante mim.
¹⁸ Porque eu declararei a minha iniqüidade; afligir-me-ei por causa do meu pecado.
¹⁹ Mas os meus inimigos estão vivos e são fortes, e os que sem causa me odeiam se multiplicam.
²⁰ Os que dão mal pelo bem são meus adversários, porquanto eu sigo o que é bom.
²¹ Não me desampares, Senhor, meu Deus, não te alongues de mim.
²² Apressa-te em meu auxílio, Senhor, minha salvação.

Salmos 38:1-22

Salmo 38
Prof. Elizabeth Scott

Prof. Elizabeth Scott

Respeitado teólogo que explora a interseção de textos e tradições religiosas com pesquisa e percepção meticulosas.

Father Joseph

Father Joseph

Pai cristão dedicado e apaixonado pelos Salmos e suas profundas mensagens de fé, esperança e louvor.

Salmo 38 Para Que Serve

O Salmo 38 e o Salmo 32 compartilham semelhanças na transmissão da profunda culpa, contrição e confissão de Davi. Ambos os salmos destacam o impacto adverso dos pecados de Davi em seu bem-estar físico. Embora as descrições do Salmo 38 possam ter elementos simbólicos, a angústia que ele expressa é inegavelmente genuína. É provável que os pecados mencionados envolvam o adultério de Davi com Bate-Seba e o assassinato orquestrado do marido dela (2 Samuel 12:7-9). Esses temas se alinham diretamente com os encontrados no Salmo 51, onde Davi implora sinceramente a Deus por perdão e cura.

Salmo 38 Explicado

O Salmo 38 compartilha elementos temáticos com o Salmo 32, retratando as consequências do pecado e a angústia experimentada por um crente sob a convicção de Deus. É plausível que esse salmo tenha sido elaborado em resposta à transgressão de Davi com Bate-Seba, um incidente grave que o levou a cometer adultério, orquestrar a morte do marido de Bate-Seba e, por fim, enfrentar a repreensão de Deus (2 Samuel 12:7-9). O Salmo 51 captura o profundo remorso de Davi por essas ações. No Salmo 38, ele articula a angústia resultante da disciplina corretiva de Deus.

O salmo começa com uma súplica sincera pelo perdão de Deus e reconhece a repreensão do Senhor. A metáfora inicial retrata Davi como sendo perfurado por flechas, uma representação simbólica que se estende a outras facetas de sua angústia. O tema central gira em torno da profunda miséria de Davi, decorrente de seu reconhecimento do pecado e da mão corretiva de Deus trabalhando contra ele. Empregando imagens vívidas, Davi ilustra o impacto sobre sua saúde – flechas perfurantes, ossos enfraquecidos, aflições pesadas, carne em decomposição, doenças debilitantes, luto, febre e diminuição da força – tudo atribuído à angústia interior de seu coração (Salmo 38:1-8).

Apesar da profundidade de seu sofrimento, Davi continua ciente de que não foi abandonado por Deus. Sua aflição atual serve como uma correção provocada pela culpa e pela vergonha associadas ao pecado (Hebreus 12:5-11). Essa correção se manifesta em sintomas físicos e emocionais, como coração palpitante e visão embaçada. Os amigos se distanciaram de Davi, possivelmente devido às suas transgressões ou à sua queda repentina, ou a uma combinação de ambos. Enquanto isso, seus inimigos estão prontos para explorar qualquer escândalo. Davi, praticamente mudo e surdo, abstém-se de responder às críticas, seja por causa de seu estado de incapacidade ou por uma escolha deliberada motivada pela humildade e aceitação da vontade de Deus (Salmo 38:9-14).

Como alternativa, o silêncio de Davi pode significar uma escolha deliberada nascida da humildade e da submissão à vontade de Deus. Totalmente ciente de seu pecado, ele reconhece que somente Deus pode livrá-lo dessa situação difícil. Sem fazer exigências, Davi suplica humildemente ao Senhor, confessando abertamente seu pecado e expressando arrependimento genuíno. O salmo termina com outro apelo à misericórdia de Deus, caracterizado pela esperança e fé inabaláveis de que Deus é a sua salvação definitiva (Salmo 38:15-22).

Salmo 38:11 – 

Na complexidade das conexões humanas, os fios da compaixão tecem um tecido que resiste ao teste do tempo. A injunção de “Amar o próximo como a si mesmo” transcende as fronteiras culturais e temporais, ecoando através dos tempos como um farol de profunda empatia. 

O desafio está em incorporar ativamente esses princípios, especialmente quando se depara com as complexidades dos relacionamentos humanos. O esforço necessário para tratar os outros como extensões de si mesmo pode parecer monumental, mas as recompensas são imensuráveis. 

Ao adotar esse comportamento, você não apenas cria uma existência harmoniosa, mas também cultiva uma resiliência que fortalece os laços da comunidade. Quando outras pessoas estão em necessidade, seu compromisso com a compaixão se torna uma luz orientadora, garantindo que você continue sendo uma fonte inabalável de apoio nas horas mais difíceis.

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