Salmo 58 - Uma oração pedindo castigo aos injustos

Salmo 58 Completo

Uma oração pedindo castigo aos injustos

¹ Acaso falais vós, deveras, ó congregação, a justiça? Julgais retamente, ó filhos dos homens?
² Antes no coração forjais iniqüidades; sobre a terra pesais a violência das vossas mãos.
³ Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, falando mentiras.
⁴ O seu veneno é semelhante ao veneno da serpente; são como a víbora surda, que tapa os ouvidos,
⁵ Para não ouvir a voz dos encantadores, do encantador sábio em encantamentos.
⁶ Ó Deus, quebra-lhes os dentes nas suas bocas; arranca, Senhor, os queixais aos filhos dos leões.
⁷ Escorram como águas que correm constantemente. Quando ele armar as suas flechas, fiquem feitas em pedaços.
⁸ Como a lesma se derrete, assim se vá cada um deles; como o aborto duma mulher, que nunca viu o sol.
⁹ Antes que as vossas panelas sintam o calor dos espinhos, como por um redemoinho os arrebatará ele, vivo e em indignação.
¹⁰ O justo se alegrará quando vir a vingança; lavará os seus pés no sangue do ímpio.
¹¹ Então dirá o homem: Deveras há uma recompensa para o justo; deveras há um Deus que julga na terra.

Salmos 58:1-11

Salmo 58
Prof. Elizabeth Scott

Prof. Elizabeth Scott

Respeitado teólogo que explora a interseção de textos e tradições religiosas com pesquisa e percepção meticulosas.

Father Joseph

Father Joseph

Pai cristão dedicado e apaixonado pelos Salmos e suas profundas mensagens de fé, esperança e louvor.

Salmo 58 Para Que Serve

Davi condena as ações injustas de governantes e juízes injustos, provavelmente durante o último período do reinado de Saul. Composto durante seu exílio, Davi ora fervorosamente por libertação de líderes opressores e clama a Deus para executar a vingança. Esse salmo faz parte da coleção de salmos “imprecatórios”, que expressam súplicas fervorosas para que Deus aplique uma punição severa aos Seus inimigos.

Salmo 58 Explicado

Esse salmo é um dos vários salmos “imprecatórios”, que são cânticos que clamam fervorosamente a Deus para que faça justiça a indivíduos perversos (Salmo 5; 10; 17; 59; 137). Essas orações são expressas em termos emocionais e vívidos, decorrentes de profunda dor e raiva, e não envolvem apelos à ação humana ou promessas pessoais de realizar esses eventos.

Davi dirige sua raiva contra os líderes, provavelmente políticos e juízes, de Israel durante o que parece ser seu exílio e fuga do rei Saul. Em vez de defender a verdade e a justiça, esses líderes se envolvem em conspirações malignas, resultando em violência e danos (Salmo 58:1-2).

O salmo retrata esses malfeitores como completamente corruptos, escolhendo deliberadamente o pecado. Ao mesmo tempo em que reconhece a realidade universal do pecado humano (Salmo 51:5; Romanos 3:10, 23), Davi enfatiza a natureza intencional e entusiástica de seus erros. Ele os compara a uma cobra venenosa que propositalmente ignora a música de um encantador de serpentes, enfatizando que esses indivíduos não estão confusos ou são sinceros, mas cometem o mal conscientemente (Salmo 58:3-5).

Davi busca a justiça rápida e severa de Deus, incluindo a incapacitação desses malfeitores. Ele descreve vividamente ações como esmagar dentes, quebrar presas, cortar pontas de flechas e aplicar retaliações horríveis. O salmo usa imagens de criaturas se decompondo em lodo e até mesmo de um bebê abortado para descrever o fim cruel que Davi deseja para esses indivíduos perversos. Ele pede que Deus aja de forma rápida e decisiva (Salmo 58:6-9).

Davi prevê que a dramática justiça decretada por Deus levará Seu povo a louvá-Lo. Ele prevê que os resultados serão tão evidentes quanto caminhar pelas consequências de um campo de batalha sangrento. A esperança e a oração de Davi é que o mundo testemunhe esse julgamento e reconheça a autoridade suprema de Deus (Salmo 58:10-11).

Salmo 58:4 – Não use o poder da fala contra você!

Os ensinamentos sagrados contêm um profundo lembrete de que nossa própria criação reflete a Imagem Divina. Ela se estende além do reino espiritual para abranger todos os aspectos de nossa existência, até mesmo o físico. Não somos seres meramente criados; em vez disso, incorporamos o Divino Interior, uma essência divina tecida no tecido de nosso ser.

À luz desse profundo reconhecimento, o texto sagrado ressalta a importância fundamental da atenção plena em nossa comunicação. Nossas palavras, muitas vezes subestimadas em sua potência, possuem o poder de moldar e influenciar o mundo ao nosso redor. Temos a capacidade de dar existência às coisas, promovendo o crescimento e a positividade, ou de lançar sombras que podem obscurecer o brilho inerente do Divino em nós mesmos e nos outros.

Um aspecto essencial para navegar nessa jornada é a escolha consciente de nos distanciarmos daqueles que não têm controle sobre suas línguas. As pessoas que usam suas palavras ao acaso, sem levar em conta a sacralidade que há dentro delas, podem semear o mal que permeia tanto os relacionamentos quanto o bem-estar pessoal.

No âmbito dos relacionamentos, o reconhecimento da essência divina em nós mesmos e nos outros se torna um princípio orientador. Isso nos leva a exercer cautela e discernimento, criando limites que protegem a santidade do Divino que habita em cada pessoa. Ao fazer isso, não apenas nos protegemos, mas também contribuímos para promover um ambiente em que a sacralidade de cada ser é honrada e mantida.

Na tapeçaria da vida, cada interação se torna uma oportunidade de tecer fios de positividade, compaixão e compreensão.